IMC

O Que É o IMC e Qual a Sua Importância?

Se você faz acompanhamento nutricional ou se já passou por uma avaliação física, provavelmente já ouviu falar no IMC, sigla para Índice de Massa Corporal, uma metodologia simples que permite classificar o peso corporal de uma pessoa.

Embora existam algumas contraindicações, esse índice é amplamente utilizado para, por exemplo, avaliar o grau de obesidade de um paciente candidato à cirurgia bariátrica. Neste sentido, preparamos este artigo para explicar tudo sobre o tema.

O que é o Índice de Massa Corporal?

O Índice de Massa Corporal é uma metodologia internacional utilizada para calcular se um indivíduo está no seu peso ideal ou não. A tabela foi criada no fim do século XIX pelo matemático belga Lambert Quételet e tinha como objetivo estabelecer um critério para averiguar a proporcionalidade entre massa corporal e altura.

Com isso, permitiu que os padrões subjetivos da época fossem substituídos por métodos estatísticos. Atualmente, a fórmula é usada por médicos, fisioterapeutas e educadores físicos para avaliar o estado de saúde dos seus pacientes. 

Ainda, o Índice de Massa Corporal (IMC) também é usado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o indicador oficial do nível de obesidade no mundo, sendo, inclusive, o principal critério para recomendar ou não a realização da cirurgia bariátrica.

No entanto, esse cálculo não considera a composição corporal dos indivíduos. Por isso, pode ocorrer que mesmo pessoas consideradas magras apresentem um IMC mais elevado, pois o peso é influenciado pela massa muscular. 

Aprenda a calcular o seu IMC

Se você quer descobrir qual o seu IMC, o cálculo é simples: basta dividir o seu peso corporal pela sua altura ao quadrado. Por exemplo: se você pesa 80kg e tem 1.80m de altura, a conta será IMC = 70/(1,70×1,70) = 24,69 kg/m2

Com o resultado obtido, basta identificar em qual dos valores de referência a pessoa se enquadra. Esses valores são:

  • muito abaixo do peso: IMC variando entre 16 a 16,9 kg/m2;
  • abaixo do peso: IMC igual ou superior a 17 kg/m2, ou, igual ou menor que 18,4 kg/m2;
  • peso normal: IMC variando entre 18,5 a 24,9 kg/m2;
  • acima do peso: IMC igual ou superior a 25 kg/m2, ou, igual ou menor a 29,9kg/m2;
  • obesidade grau I: IMC entre 30 a 34,9kg/m2;
  • obesidade grau II: IMC entre 35 a 40 kg/m2;
  • obesidade grau III (obesidade mórbida): IMC maior que 40 kg/m2.

Quais as limitações desse índice?

Diversos estudos apontam que o IMC nem sempre retrata a realidade do indivíduo. Isso porque desconsidera as suas características físicas, sendo baseado apenas em valores brutos. Assim, uma pessoa magra pode ter o índice de uma pessoa obesa.

Por exemplo, pessoas com um maior desenvolvimento muscular ou com ossos maiores podem ter um Índice de Massa Corporal que indique obesidade ou que está acima do peso. Porém, não retrata a realidade. Outro ponto importante é que esse índice não deve ser utilizado nos seguintes casos:

  • mulheres gestantes, pois o resultado não irá considerar o peso extra da gestação e nem do líquido amniótico;
  • crianças, pois o corpo das crianças têm proporção e médias diferentes. Por isso, existe uma versão infantil do IMC;
  • idosos porque o índice não leva em conta a perda muscular e o enfraquecimento dos ossos que ocorrem com o passar dos anos;
  • atletas, pois não considera a massa muscular e o peso dos músculos.

É possível ter mais precisão para medir o IMC?

Neste sentido, outras ferramentas adicionais são utilizadas em complemento à metodologia do IMC, tais como, medida da circunferência abdominal e cálculo do índice de gordura corporal. A seguir, saiba mais sobre elas:

  • circunferência do pescoço: o método consiste em medir com uma fita métrica a circunferência do pescoço do paciente. Valores acima de 37 cm para mulheres e 42 cm para homens indicam problemas metabólicos;
  • relação cintura-quadril: realiza a divisão da medida da circunferência da cintura pela circunferência do quadril. O valor não pode ser maior que 1,0 nos homens e 0,85 nas mulheres;
  • circunferência abdominal: consiste na medição da região abdominal do indivíduo e a medida não deve ultrapassar 88 cm nas mulheres e 102cm nos homens;
  • relação cintura-estatura: índice obtido pela divisão da circunferência da cintura pela estatura. Quando os resultados estão acima de 0,5, há um alto risco para doenças cardiovasculares;
  • bioimpedência: metodologia em que há a mensuração do percentual de massa gorda e muscular do corpo. Para isso, utiliza-se um equipamento que emite uma corrente elétrica para obter esses valores. Embora muito utilizado, pode sofrer variações de acordo com a temperatura ambiente e a hidratação do paciente.

O que significa um IMC abaixo do peso?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), pessoas com IMC muito abaixo do peso costumam apresentar algum tipo de transtorno alimentar, tais como, bulimia e anorexia.

Isso porque, diante da dificuldade de aceitar o próprio corpo, realizam longos jejuns e restrições alimentares severas que levam à desnutrição, o que explica o baixo índice. Neste sentido, é necessário buscar a orientação de um nutricionista e um psicólogo.

Já o IMC abaixo do peso pode indicar uma deficiência na alimentação ou até transtornos alimentares de menor gravidade. Em ambos os casos, a pessoa pode ter sua imunidade comprometida, pois não consome a quantidade suficiente de nutriente para manter as células de defesa.

Como melhorar o seu IMC?

Já fez o cálculo do seu IMC e não gostou do resultado? Fique tranquilo, pois é possível alterá-lo. O primeiro passo é a reeducação alimentar, melhorando a qualidade e diminuindo a quantidade dos alimentos ingeridos. Outra atitude para quem está acima do peso é investir em medidas que o ajudem a emagrecer, tais como, prática de atividades físicas, ter boas noites de sono, cuidar da sua saúde mental, entre outros.

Em contrapartida, quem está abaixo do peso e precisa aumentar o IMC, deve melhorar a ingestão de alimentos ricos em vitaminas e minerais. Porém, também deve-se evitar o consumo de frituras, alimentos processados e gorduras trans.

Enfim, com a leitura deste artigo, você conheceu tudo o que precisava a respeito do Índice de Massa Corporal. Portanto, faça o cálculo, descubra qual o seu IMC e, se necessário, procure um especialista em nutrição para ajudá-lo.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como cirurgião no Rio de Janeiro! 

O que deseja encontrar?

Compartilhe